Ter feito o documentário Gira Roda Vira Semente suscitou no grupo um espírito solidário. Nosso último encontro discutiu a pauta sobre os novos rumos do curta, tais como inscrevê-lo em festivais, promover sua exibição em espaços culturais etc. A reunião aconteceu com um piquenique colaborativo, todos levaram um "pratinho", e não poderia ser diferente, sob
a copa das árvores fizemos uma roda, algo que aprendemos com o Projeto Sementinha
e pretendemos conservar.
Cada qual com sua singularidade expôs novas ideias, fortificando um ideal comum: continuar a promover a educação popular. Estavam lá Júlia Trommer, Fábio Brito, André Orbacan e eu Fabiana Lima. Participaram também os educadores Lídia Moura, Rose Faria e Victor Dimitrov. Nós redescobrimos uma receita para tornar a educação mais acessível, a pedagogia da roda, e nada mais conveniente que dividi-la com eles.
A importância de promover a exibição do documentário é incitar na sociedade debates sobre a educação, um tema cujos problemas apontados estão exauridos. Iniciativas de educadores como as de Tião Rocha, mostram que há inúmeras possibilidades de solução e vem de medidas muito simples e eficazes. Uma delas é identificar o potencial de cada pessoa dentro da própria comunidade, envolvendo-as nesse papel.
Como exemplo, há uma história que ele conta. Aconteceu em Araçuarí, uma cidade rural do norte de Minas Gerais (MG). Pelos dados do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação de Educação), de 2003, mais de 95% das crianças não sabiam ler, mesmo tendo frequentado a escola até a 8º série. Foi então que no ano seguinte ele resolveu convocar os moradores para socorrê-las. Afinal, era um caso de emergência! A avó de uma das crianças disse só saber fazer biscoito, não sabia ler. Ela indagava se poderiam ser ajudadas com isso. Tião respondeu: "Podem, aprendem fácil"! Uma coincidência interessante foi quando, estando de saída, perguntou o nome do biscoito: "Minha senhora, qual é o nome do biscoito? 'Biscoito escrevido' ". Não poderia ter sido uma coincidência melhor.
Não teve jeito, as crianças aprenderam o nome fazendo formato de letras com a massa do biscoito. O melhor é que podiam comer depois de assados, ouvi dizer que são deliciosos. O sabor de aprender, certamente era muito especial. Lembro-me quando criança minha mãe fazia sopa de letrinhas, aprender assim era saboroso também!
A máxima de Tião é que aprender deve ser divertido e não um peso, dividir responsabilidade com a comunidade não é eximir os órgãos competentes do dever de proporcionar educação de qualidade, é incluir a comunidade nesse processo. Conscientizar a população que a capacidade de aprender e ensinar não é um dom individual , mas que as pessoas não aprendem de uma mesma forma, é mostrar-lhes os caminhos diversos, e eles nunca se esgotam. Cientes disso, podem questionar o modelo atual de ensino, se cabe mudanças e quais mudanças.
Assim como no piquenique, quando todos colaboram, tudo fica mais leve. Essa é a receita para um boa educação. Mas afinal, qual a receita do biscoito escrevido dada na pedagogia da roda e o que é pedagogia da roda? Essa pauta vai ficar para o próximo piquenique, porque aprendi que uma boa aula nunca termina ou começa com respostas, mas começa e termina sempre com mais perguntas.
Cada qual com sua singularidade expôs novas ideias, fortificando um ideal comum: continuar a promover a educação popular. Estavam lá Júlia Trommer, Fábio Brito, André Orbacan e eu Fabiana Lima. Participaram também os educadores Lídia Moura, Rose Faria e Victor Dimitrov. Nós redescobrimos uma receita para tornar a educação mais acessível, a pedagogia da roda, e nada mais conveniente que dividi-la com eles.
A importância de promover a exibição do documentário é incitar na sociedade debates sobre a educação, um tema cujos problemas apontados estão exauridos. Iniciativas de educadores como as de Tião Rocha, mostram que há inúmeras possibilidades de solução e vem de medidas muito simples e eficazes. Uma delas é identificar o potencial de cada pessoa dentro da própria comunidade, envolvendo-as nesse papel.
Como exemplo, há uma história que ele conta. Aconteceu em Araçuarí, uma cidade rural do norte de Minas Gerais (MG). Pelos dados do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação de Educação), de 2003, mais de 95% das crianças não sabiam ler, mesmo tendo frequentado a escola até a 8º série. Foi então que no ano seguinte ele resolveu convocar os moradores para socorrê-las. Afinal, era um caso de emergência! A avó de uma das crianças disse só saber fazer biscoito, não sabia ler. Ela indagava se poderiam ser ajudadas com isso. Tião respondeu: "Podem, aprendem fácil"! Uma coincidência interessante foi quando, estando de saída, perguntou o nome do biscoito: "Minha senhora, qual é o nome do biscoito? 'Biscoito escrevido' ". Não poderia ter sido uma coincidência melhor.
Não teve jeito, as crianças aprenderam o nome fazendo formato de letras com a massa do biscoito. O melhor é que podiam comer depois de assados, ouvi dizer que são deliciosos. O sabor de aprender, certamente era muito especial. Lembro-me quando criança minha mãe fazia sopa de letrinhas, aprender assim era saboroso também!
A máxima de Tião é que aprender deve ser divertido e não um peso, dividir responsabilidade com a comunidade não é eximir os órgãos competentes do dever de proporcionar educação de qualidade, é incluir a comunidade nesse processo. Conscientizar a população que a capacidade de aprender e ensinar não é um dom individual , mas que as pessoas não aprendem de uma mesma forma, é mostrar-lhes os caminhos diversos, e eles nunca se esgotam. Cientes disso, podem questionar o modelo atual de ensino, se cabe mudanças e quais mudanças.
Assim como no piquenique, quando todos colaboram, tudo fica mais leve. Essa é a receita para um boa educação. Mas afinal, qual a receita do biscoito escrevido dada na pedagogia da roda e o que é pedagogia da roda? Essa pauta vai ficar para o próximo piquenique, porque aprendi que uma boa aula nunca termina ou começa com respostas, mas começa e termina sempre com mais perguntas.

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